Mobile suit gundam Char Counterattack: O conflito de Char e Amuro

 Bem, demorei bastante para assistir o filme, mas isso não alterou o meu hype para a obra já até porque com a iminência, pelo menos no Japão, do filme do Hathaway, me fez correr para assistir, já que soube pelas redes sociais que as duas obras estavam correlacionadas, então ver Char Counterattack se tornou uma obrigação para mim e como já "fiz" uma série de Reviews do ZZ então nada mais conveniente que  comentar para vocês o próximo capítulo dos contos beligerantes de Bright, pois aparentemente, claro consideramos apenas as séries mais principais dos Universal Century, ele aparece em todos os episódios desta guerra da Federação contra a nova, ou especialmente neste filme a novíssima, ameaça do Zeon e sinceramente pela quantidade de acontecimentos contados no filme daria para fazer mais uma temporada de cinquenta episódios facilmente.

 Primeiramente o filme afirmou-me meu desejo de fazer um remake do ZZ ser palatável pelo fato que justamente a maioria dos eventos apresentados no filme praticamente não possuem ligação com a aventura do Judau e os outros, diferente do Zeta já que foi, pelo menos com as séries que eu assistir da história principal, a única vez que Char, ou Quartto Vargina(isso é cômico demais), lutou pela terra, então trabalhar com as desventuras de Kamille seria extremamente complicado num retrabalho; segundo ponto é o que falei logo no início: este filme facilmente possui um roteiro de uma série de cinquenta episódios amontoados em duas horas de duração e isso faz com que fosse horrível digerir toda a premissa, personagens novos e até mesmo contexto da obra, lembrando que só assistir as três primeiras séries de TV e os OVAS que se tornaram uma série pela Crunchyroll, então antes de me atacarem tenham em foco isso, então ver Char se tornar aquilo que combateu no 0079 fez-me sentir como todos os jovens que entram neste conflito: que adultos são tão idiotas, claro     que gostaria que ou Hathaway, que já ganhou minha simpatia mesmo com pouco tempo de tela, ou Quess, apesar que ela caiu na habilidade passiva de Char de apaixonada todas mulheres para ele(um defeito típico numa narrativa de Tomino), dizer isso para ele, mas enquanto as demais obras da série tinham como o principal herói um jovem, aqui se tornou uma reedição do conflito de Amuro e Char.

 O engraçado é justamente isso já enquanto tivemos um enfoque absurdo no Amuro no 0079, neste filme o protagonista principal foi o próprio Char, então ver esta mudança de foco foi interessante já que vermos melhor, ou nem tanto, o ponto de vista de um antagonista como Char e praticamente cravando para mim o Origin dentro do Universal Century, pois o desejo independentista das colônias possuía o Char como imagem justamente por conta de seu pai e apesar que queria uma passagenzinha a mais mostrando como Char se tornou o herói dos humildes cidadãos spacenoides ao invés de simbolizar apenas a elite como foi em 0079 e Zeta, gostei dele recebendo uma rosa no metrô, mostrando o tão quisto ele é para os cidadãos comuns.

 Voltando ao principal problema da obra que é justamente o uso das mulheres na narrativa, sei que isso é passável já que para época era aceitável o tratamento que mulheres tinham em roteiros como é Char Counterattack, mas o fato que me incomoda sempre que vejo Gundam é uma dissonância como as mulheres foram trabalhadas no 0079 para as demais obras da década de 1980, pois mesmo com menos tempo de tela e coisas extremamente questionáveis para hoje em dia, todas as mulheres de 0079 possuíam um peso para narrativa maior que as demais personagens femininas adicionadas no decorrer das outras séries, independentemente de seu cargo ou peso emocional, talvez o Tomino tenha sofrido muitas críticas da época para adequar suas heroínas para algo mais condizente na época, ou até mesmo seja a cabeça dele neste período, mas o fato é que todas as personagens femininas apresentadas na película tinham suas ações relacionadas aos personagens masculinos da série, claro que isso não mancha a narrativa do filme, mas sinto incomodado com isso, principalmente o fato que Quess, a nova Lalah, simplesmente aceitou tudo que Char fez de boa, a apresentação da personagem mostrava que ela era sonhadora e ingênua, que provavelmente sentiria culpa por tudo que fez, como foi justamente a última frase dela no longa, mas simplesmente aceitou tudo que Char diz sem nenhum senso de independência, fazendo parecer que Char já ceifou a "pureza" dela no decorrer da história.

 Combinado a isso tem justamente o fato que sempre que um casal é formado, a mulher da relação morrerá no campo de batalha, é algo que já reclamei numa das minhas reviews de ZZ já que é um artifício tão fácil, principalmente quando você ver de maneira cômica como foi a morte da tenente Emma no Zeta e repetitiva como foi no Zeta e ZZ, então não tive impacto nas mortes dos pares românticos, com exceção da consagrada de Astronaide, este homem sofreu demais ao está no meio da batalha de várias séries, ele merecia um momento de paz no meio da chuva de balas e raios do conflito.

 Acabando com as críticas, eu acho, vamos aos pontos bons que começa com a apresentação dos pontos políticos da obra, enquanto o Tomino erra a escrever romance, ele acerta perfeitamente nos pontos políticos, ou quase sempre pois nunca é informado que existe democracia plena no lado da Federação, se soubesse desta informação daria para dizer que a população da terra escolhe mal seus representantes, afinal de contas guerras começam e terminam por conta de ações de políticos, mas aparentemente os políticos da Federação são praticamente parlamentares Brasileiros, onde a ação mais importante é justamente amaciar seus egos, seja na parte psicológica ou monetária, mas o interessante mesmo fica por conta que o Char se mesclar a este mundo, que no ponto de vista do Tomino é ignorante por si só, para alcançar seu objetivo, mesmo que está possuía métodos torpes, foi fascinante ver um espírito livre se curvar em obrigações de uma sociedade.



 Outro ponto importante que reforça a tese que este filme deveria ter sido seriado é justamente os múltiplos pontos de vista do conflito, desde o ponto de vista terrestre com a Mirai até o ponto mais alto que foi com o vice-chanceler, estes múltiplos pontos foram trabalhados muito bem no decorrer da obra, por isso que ficou confuso já que cada parte necessitava passar muita informação para criar a sensação lógica de completude da cena, desde os primeiros minutos do longa até o último foram repletas de diálogos, alguns ordinários, outros grandiosos, mas ambos passando a mensagem da obra.

 É por falar da mensagem da obra vamos falar logo do final, do simbolismo presente nele e mesmo um leigo como eu deu para reparar que o desejo de sobrevivência atrelada a um papel mais religioso de união na humanidade faz com que todos se unam para proteger nosso lar, pena que isso só ocorra num momento de urgência máxima como foi Axis indo se chocar com a Terra, como falei o desejo de Char é corrupto, pois força a humanidade a algo que nem mesmo ela alcançando a era espacial conseguiu com unanimidade: a evolução como espécie; sempre achei o discurso apresentado da obra que a "humanidade não evolui por ter suas almas puxadas pelas gravidade" meio falso justamente pelo fato da existência dos slides, corpos gigantes artificiais que buscam simular a Terra, claro que a mensagem ambiental/política presente da obra é para lá de clara, preserve sem ganância, mas este desejo excessivo em habitar do espaço é repugnante, mesmo sendo um assunto popular, a humanidade não está pronta para conquistar as estrelas, pois enquanto for mesquinha em relação aos seus semelhantes, enquanto matar seus irmãos for uma normalização nunca terá o direito de voar através das galáxias e mesmo os Newtypes serem o futuro de fato, pois eles pavimentam o desejo utópico de união através do entendimento mútuo, sem a necessidade física de comunicação, enquanto eles forem usados como armas de guerra nunca que a humanidade evoluirá para este estágio, o ódio é a principal barreira do amor, o medo pode unir, mas também separar, mas a união só pode ser feita com diálogo e amor, um amor materno pelo qual Char volta a buscar.

 Foi engraçado receber a informação do Char em procurar uma mulher para ser sua segunda mãe, além de voltar para aquele ponto das mulheres na obra, reforça a percepção que a série me passa que mulheres se tornam Newtypes mais facilmente, muito porque elas são mais sensíveis que os homens e vou além, pegando algumas pesquisas científicas onde as fontes ficarei devendo, mas que mostram que o cérebro feminino possui uma predisposição maior para criação de frases no período da infância que os homens, o que faz-me quer criar uma narrativa que misture está informação científica ao fator Newtype da franquia, mostrando o quão importante é o papel feminino no desenvolvimento humano e social, mesmo que enfrentem uma resistência por parte dos homens da história.


 O contra-ataque de Char foi uma experiência rica e muito proveitosa, principalmente porque agora posso assistir o Unicorn, tivemos toda uma história para compilar tudo apresentado nas séries anteriores de maneira breve e clara, algo que provavelmente não ocorre nesta minha review, mas voltou a fazer aquele pedido de cássio que comentem o que acharam da obra ou até mesmo no texto, pois isso ajuda para melhorar meu texto para possíveis reviews futuras, compartilhe caso gostou, já que não vivo de Adsense(infelizmente) e até mais    



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