Cowboy Bebop - Depois do Hype: O Viciuos da industria.

 


  Antes de tudo vamos por momento Disclaimer, eu não sou um critico profissional de cinema, para falar a verdade nem sou um critico profissional de nada, mas tenho até uma certa experiência comentando animes, então usarei essa experiência para comentar dessa obra e também sei que normalmente ocorre uma alteração na transição de mídia, isso é padrão de um mangá para um anime e isso também ocorreria de uma animação para uma atuação de vida real, mas se Cowboy Bebop da Netflix não tivesse esse nome, seria uma ótima série inspirada do original de 1998 e sairia mais barato por bolso da produtora.

Um Bait do Carai.

 Com esse pensamento vamos falar logo nos pontos positivos da obra como a direção dos episódios, apenas a direção dos episódios que o diretor quis mostrar, afinal de contas, o trabalho de edição também cai nas costas do diretor querer mostrar sua ideia das gravações, todavia os primeiros momentos do primeiro episódio, que nem defendo tanto pelo fato que o primeiro episódio deve vender a serie e consegue, caso você desconheça o original, mais alguns momentos em todos os episódios posteriores, inclusive no quinto episódio que considero o melhor da serie como um todo, pelo fato de adapta bem o conceito do episódio 16 do original pegando justamente o elemento de filme policial apresentado dele, só voltando vinte anos(este episódio no Live-Action queria passar a atmosfera dos filmes da década de 1950, enquanto o original parecia se passar da década de 1970 ou 80 pela brutalidade apresentada) no tempo, este episódio foi fantástico justamente por obedecer bastante as ideias do original, diferente dos demais, mas isso falarei daqui a pouco, voltando ao meu raciocínio, o que foi apresentado aqui de original sustentaria bastante uma série que se inspiraria no anime, mas criando uma certa originalidade, fugindo da obrigação de seguir fielmente o original, apenas fazendo referencias aqui ou ali para manter uma certa credibilidade com um fã mais hardcore.

Pelo menos o Spike tá igual.

 Depois de tudo isso vamos estraçalhar a produção, antes de tudo, não irei falar sobre mudanças do Caracter Design, porque eu queria ver como seria a adaptação do roteiro, afinal de contas a fama do Live-Action americanizado, mesmo que as filmagens ocorreram na Austrália, é que alteram grande parte das obras apenas para atingir o publico local e por tabela angariaria publico internacional que consome o produto cultural estadunidense, claro que graças a isso acabamos descobrindo sobre os animes, mas também é a famosa adequação para publico deles que manchava bastante a ideia dos originais; depois de toda a explicação vou falar para mim o principal problema da série: tentaram vender os personagens ao invés da narrativa, pois mesmo com algumas alterações no visual, a principal problemática da obra é criar um fato novo para justificar a união dos personagens, aqui entramos no principal problema: os personagens buscam remeter o original, mas a narrativa faz que eles sejam totalmente diferentes, gerando um conflito de interesses entre o interesse do diretor e dos roteiristas da obra, começando com aquele que mais sofreu com isso, afinal de contas como falei no meu texto sobre o anime, os cinco personagens se completavam entre si criando uma dinâmica natural entre eles, aqui os roteiristas limaram a Ed sem nenhuma justificativa aparente, quando assisti a série, entre os episódios, eu pensava que havia algo com o fato que a Ed ser uma criança num mundo onde tudo de mais nocivo imperava, mas existia uma criança na série e se fosse mesmo essa justificativa era apenas dizer que ela era de maior, naquela desculpa clássica dos animes, mas ao assisti o episódio final e ver que ela apareceu aos cinquenta do segundo tempo da prorrogação apenas para atender a cota de mostrar todos os personagens da série, fez me pensar que tinha deixas que ela poderia ter aparecido em episódios anteriores da série, afinal de contas ela apareceu no episódio oito de vinte quatro, mas só adicionaram justamente no final da "primeira temporada".

Logo no primeiro episódio, serio?

 Spike parecia ser apenas aquele personagem que busca ser galanteador das produções dos anos 2000, algo que por si só me incomodava, pois ele só fazia piada atrás de piada, sempre mantendo um tom de sarcasmo que me irrita, diferente do seu original que agia mais que falava, a Faye pegou o papel da Ed, parecia que ela manteve a mesma mentalidade de quando ela foi congelada, não reclamo com o que ocorreu com a mecânica do episódio seis, afinal já no episódio seguinte nos mostrou que no mínimo ela é bissexual, mas tirando isso a trama dela é muito mau construída e atrapalha bastante o fato dela ser bastante infantil, como o Spike e mesmo sabendo que isso tinha no original reduz ainda mais os pontos de desenvolvimento de ambos aqui, pois isso foi roubado pela "trama" da série, por fim chegamos o ponto mais polemico da série: o Jet, o conceito apresentado no primeiro episódio do anime mostrava que tanto ele quanto o Spike eram espíritos livres que uma coincidência do destino se juntaram e se tornaram os caubóis que conhecemos, o engraçado é que o primeiro episódio do Live-Action também mostra a construção previa de ambos, mas o fato de o Jet se tornar pai de família, mesmo mantendo a historia do divorcio, me feriu gravemente, pois o único "louco" agora é o Spike que não possuía nada para perder, diferente do Jet que tinha um objetivo da vida e tudo desenvolvimento da trama dele parecia ser algo pessimamente genérica, parecia a cartilha de um pai batalhador que se suja para consegui um sorriso para sua filha e no fim não consegue por causa da sua ex, como falei se essa série não fosse Cowboy Bebop seria algo aceitável, mas o único porque dele esta junto com o Spike só é conhecido no anime, já que na maioria dos episódios ambos só brigavam por causa do interesse do Jet e não sobre a discordância de ideias de um interesse comum. 

O verdadeiro Cão Negro.

 Agora falando dos alvos da caça, o anime original usava eles apenas como pretexto para mostrar a dinâmica do episódio, aqui ocorre uma inversão completa, uma ideia que eu tinha que o Live-Action poderia fazer é colocar dois alvos ao invés de um, dai só seria desenvolver os conflitos dos personagens através do episódio, apenas correlacionando com a caça dos alvos, mas aqui quiseram manter a "pureza" do original, mas como sobrou tempo de tela, os roteiristas decidiram por uma "trama" para ser o fio condutor dos episódios e antes de falar desse "trama" temos de falar que cada episódio é bastante esquecível, mesmo o episódio cinco não possui nada de inesquecível para marcar além da referencia velada, junta a isso aos personagens principais mal escritos e a "trama" condutora horrível fez que mesmo as mudanças apresentadas pelos alvos sejam irrelevantes.

Confiam nesse casal?

 Acabando este texto não poderia esquecer do Vicious, aquele personagem criado apenas para ser o antagonista malvadão que é basicamente o suco de vilões da década de 1990, sim eu sei que ele é basicamente este elemento narrativo da obra para termos um vilão para narrativa, mas aqui no Live-Action, ele se tornou três, começando com o clássico, o único com nome de Vicious e seu principal problema de ter um desenvolvimento narrativo, pois no fim este desenvolvimento mostrou o mesmo resultado do original, resultando de horas pedidas da série, indo por segundo Vicious que simbolizaria o elo dele com o sindicado e paralelamente sendo a desculpa para o seu jeito maligno, o pai dele ser o ancião do sindicato, um ponto que eu gostei foi que os anciões sejam um conceito, titulo de suseramia alta para essa organização ao invés de serem trigêmeos, mas essa desculpa de que o Vicious possui um trauma e por isso que ele é destrutivo parecia ser mais um elemento genérico que prejudica um personagem genérico, sinceramente prefiro a explicação do anime que todos os personagens eram livres e por causa disso que todas as ações são resultadas pela escolha dos personagens e não por um elemento externo, nesse caso uma herança de sangue, falando desse elemento atrelando com o ultimo Vicious, vocês sabem que se o Vicious é o vilão maligno, a Julia seria a princesa a ser salva, claro que isso é imposto pelo interesse do Spike e Vicious, mas era o conceito da historia dela, então ver ela sendo a protagonista do "trama" que é o fio-condutor do Live-Action junto com o Vicious me incomodou, mas porque eu uso aspas, pois o desenvolvimento da obra serem justamente nos personagens que menos aparecem no original irrita, principalmente a personagem que tinha menos para perder no anime como era a Julia, ela não tinha necessidade de ir conta o sindicato e só tem aquele fim no anime por causa da competição do Spike contra o Vicious, entretanto o interesse da produtora seja empoderando-a fez dela a verdadeira protagonista no Live-Action mantendo a mesma desculpa, só tentando mostrar uma independência vinculada a ela, mas a narrativa nos mostra que todas as ações dela foram tomadas esperando um reconhecimento de um homem e ainda a resolução final que transformou ela em uma nova Vicious, como podem reparar isso acabou o simplório conceito do Colibri triste para ser mais uma personagem presa na consequência dos outros. 

Pelo menos a Julia é bonitinha.

 Com todo isso eu ainda defendo Cowboy Bebop Live-Action?, bem eu já dei a resposta no inicio do texto: se a obra não tivesse esse nome e fosse mais original fugiria de todo o ódio que a adaptação carrega, pois sendo algo original não necessitaria de uma comparação tão bruta com o anime, fugiria do fantasma da adaptação americana de uma obra Japonesa e ainda aproveitaria a desculpa criada do anime de "Cowboy Bebop ser um gênero e não uma obra em si", então poderia criar uma narrativa original e fugiria de todo esse ódio vindo das mais diversos meios, afinal de contas é ingenuidade dizer que a Netflix alterou a obra para melhora-la, muito pelo contrário, ela buscava fazer mais dinheiro, a adaptação era um investimento para romper bolhas existentes no banco de dados da produtora, pois há gente que não assiste anime e o contrário acontece também, inclusive com eu incluso nesse segundo, então toda e qualquer adaptação com alterações grandes vindo dela busca atingir um publico novo para ela, para assim angariar mais publico e paralelamente mais dinheiro, então dizer que é culpa de grupo x ou y é apenas definir um Judas para malhar, por isso que minha critica cai mais dentro da narrativa, pois tirando todo aspecto estético é possível entregar uma boa narrativa, só que esse já é o segundo erro da Netflix "seguido" e isso gera um medo em mim pensando numa possível adaptação de Gundam por publico americano, pois a historia possui mais nuanças do que ser apenas uma série de guerra espacial com robôs gigantes e vendo como uma série mais experimental como Cowboy Bebop que tinha até algumas referencias a cultura americana acabando se tonando uma obra adequada para esse publico, só me faz pensar que o Live-Action de Gundam se torne mais um filme de guerra do gosto americano, bem era isso que queria falar agora restam a vocês  comentarem sobre a serie, claro se você assistiu, senão me fala se este texto serviu bem para criar seu desejo para conferir da obra, se você não gostou de algo no texto comente também, mas sem xingar não que não xinguei ninguém, bem é basicamente isso que queria falar então até mais. 



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