Fate/Grand Order: Shinsei Entaku Ryouiki Camelot 2 - Paladin; Agateram— A Quest de Bedivere

  

 Antes de irmos começar tenho de falar que estou surpreso que a trilogia de Camelot tenha se tornado uma duologia, claro que os fatores que explicam essa escolha é bem óbvios pelo período histórico que vivemos, mas quando estava chegando o final do filme eu fiquei engajando como seria a terceira parte dessa singularidade, porém só descobri que era uma duologia apenas no término dele, antes de falarmos do que achei da narrativa e inclusive uma discussão que surgiu desde Salomão(sim, esse texto é meu) tendo haver com o Gudao, temos de falar da parte técnica que no primeiro filme já estava muito boa, mas aqui chegou a aspectos divinos, uma animação fluída combinando com uma trilha sonora fantástica, casando perfeitamente com o tema dessa singularidade, não era de se estranhar esta qualidade quando descobrimos que os diretores desse filme possui muita experiência em animação fluida e isso foi o principal motor na parte final da trama com uma batalha de proporções épicas, todavia estamos falando de um filme então irei focar o que eu senti sobre a obra do que parabenizar os aspectos técnicos, pois Fate possui dinheiro para bancar filmes bastante produzidos como esse que estou falando.
Cuidando de Talarico

  
 Tirando esse elefante no meio do caminho vamos entrar na principal problemática que vi nos últimos dias com os lançamentos dos filmes das singularidades: que o Gudao é um personagem fraco, bem antes de sair os filmes eu estava pensando em fazer um post sobre os protagonistas das animações da Type-Moon de uma maneira geral, afinal de contas eu tenho a impressão que as narrativas de Kinoko Nasu possui dois primeiros atos(a apresentação da trama, o ponto de mudança) fenomenais, pois o mundo de suas obras é fantástico, seus personagens são intrigantes e a narrativa é deliciosa para se apreciar, mas o terceiro ato(clímax) é bastante fraco e não corresponde com o desenvolvimento apresentado nos dois primeiros, um problema que também tenho com meus textos, claro que a mensagem apresentada nas histórias dele é tão cristalina que pessoas burras como eu consegue absorvê-la de maneira natural, inclusive cheguei a falar esse ponto lá no meu texto do filme do Salomão sobre isso, mas a polêmica não seria não estaria contemplada se eu não desse minha opinião e basicamente eu não vejo o Gudao como um personagem ruim, ignorando rapidamente o fato dele, assim como Hakuno e Shiro serem nossos avatares em suas narrativas, o Gudao possui uma função narrativa direta e clara, não sendo de protagonismo, pois Grand Order, assim como suas adaptações audiovisuais, tem um elemento narrativo bastante interessante, pois como essa obra possui a deixa de mostrar o ponto de vista da linha de tempo nos servos, que são o principal produto da obra, só pegar esse filme mesmo cujo o primeiro nome de personagem nos créditos finais é do Bedivere, isso é um ponto que eu acho fantástico nas adaptações, pois segue a estrutura de jogo, afinal de contas desconsiderando Fuyuki/First Order, eram os servos os grandes protagonistas das singularidades, tanto que eu lembro muito bem que Orleans foi Joana e Jalter, Roma era a Nero, Okeanos(onde parei) era Francis Drake, Londres foi a Modred, E Pluribus Unum(Nome legal para um entre muitos) era Nightgale e Babylonia era Gilgamesh, nunca no jogo vermos um grande enfoque para o protagonista, pois os demais personagens são mais interessantes e como eles são a principal fonte de renda fez com que o jogo seja um sucesso internacional pela carisma intrínseca deles.
Derrubando muita árvore no Ibirapuera

 Agora ativando a minha carta armadilha, Nasu já tentou retrabalhar um personagem de "Auto Inserção" antes, mas o público detestou o resultado dessa modificação, afinal de contas não vejo muita gente glamourizando o protagonista de Last Encore, claro que sei que essa obra possui muitos problemas em relação a um todo como o fato que ela esperava que você tenha jogado, pelo menos, o Extra para saber dos elementos presentes nela, uma direção fraca, mesmo que o diretor seja nada mais que Akiyuki Shinbo e outros problemas de ritmo narrativo, mas uma coisa que posso dizer que o Kishiname Hakuno do anime é bem diferente do jogo por escolha do Nasu que é o roteirista da série e por isso possui uma personalidade única, mesmo que ela seja a coletânea dos Game overs de todos os demais jogadores do original(minha teoria), muitos poderia puxar o Shiro e bem o anime de Stay Night formulou em mim uma teoria que(spoilers a seguir)* o Archer de uma rota era na verdade o Shiro da próxima*, eu poderia desenvolver mais isso mas não é o foco já que a estrutura de escolha em rotas é algo presente em toda visual novel, então falas usadas no UBW não apareceria no Heaven's feel criando assim uma profundidade sobre o personagem, mesmo ele sendo um UX(experiência de usuário) do jogo e desconsiderando o consenso geral que o Shiro da terra 2 de Kaleid é a melhor versão do personagem, vejo que Gudao é um personagem ok para sua proposta, pois com os pontos que falei, ele possui um certo peso narrativo em Grand Order, afinal de contas ele é você nessa história e isso funciona muito bem no jogo, mas um anime ou filme não é tão interativo quanto um jogo, então o peso da adaptação entra em cena, pois parece que as falas do Gudao nessas obras remete bastante aos diálogos disponíveis no jogo, é engraçado pensar que esses diálogos são genéricos desde o jogo, mas também é interessante pensar que a experiência dos demais personagens enriquece a narrativa graça a essas falas genéricas e pré-programadas, pois se abstemos bastante, o principal protagonista não é o Gudao(e correspondentemente a gente), mas sim a Mashu, esse pensamento surge logo na primeira singularidade de fato, afinal de contas Fuyuki não é grande coisa, este pensamento veio em mim justamente quando o anime da Babylonia mostrou a Mashu lembrando da conversa dela com Beethoven em Orleans, onde ele exemplificou a beleza da humanidade, aqui(já que o texto deveria falar sobre o filme) nos é mostrado essa ideia de desenvolvimento protagonista-coadjuvante  no conflito do Bedivere com Mashu logo nos instantes iniciais do filme, sobre expiação e culpa do Bedivere em relação à ideia romântica da Mashu, esse elemento de ter um servo sempre se abrindo para Mashu mostra que a ideia inicial da obra é debate sobre tópicos presentes nas demais narrativas do Nasu, temas como humanidade e seus anseios e ambições sendo esmagadas pela sua natureza inerente faz com que as mensagens trazidas pelas suas narrativas sejam reflexivas por nós, independente do nosso grau de protagonismo nelas e aqui entra o Gudao que diferente dos demais personagens, não possui um grande poder para mudar o mundo, apenas a força de vontade, essa força de vontade que nos engaja a jogar e paralelamente esse engajamento tem de ser passado para a animação que como falei não é tão interativa quanto o jogo, mas a narrativa da singularidade já é muito boa para não ser alterada, então resta aos roteiristas trabalhar com o que tem e no fim consumimos, engajamos e gostamos, pois queremos participar desse mundo, mas não podemos pelo fato da mídia em questão ser proibitiva de alterações.

Trocando em miúdos, ela é Waifu e protagonista de uma vez.


 Depois de toda essa discussão vamos finalmente falar do protagonista do filme, afinal de contas seu braço prateado dar nome às demais adaptações da singularidade, começando a falar justamente com o principal plot-twist que foi descobrir que ele sempre foi o cavaleiro fiel ao seu rei, desde da última cena do Fate da Deen, aquela que é justamente a primeira cena dessa segunda parte me pegou de jeito, pois foi justamente lá que eu tive o primeiro contato com o personagem, pode não parece mas não tenho nenhuma afeição com a Távora, no máximo com meu cavaleiro preferido que é Tristão que conheci por causa de um livro de português, ou seja eu tenho conhecimento zero do ciclo Arturiano, pois tirando Fate, não consumir nada relacionado a Camelot em outras mídias, então vem o principal atrativo da franquia como um todo de apresentar personagens mitológicos de outras culturas para nós, mesmo seguindo bastante a lógica da série como o genderbender de figuras históricas, como a mascote da obra mostra isso bem, mas a própria narrativa da singularidade e correspondentemente no filme, apresenta informações sobre os personagens de maneira natural, aqui entra justamente a função do Gudao em apresentar a história da tal figura histórica, faz com que eu fique ainda mais apaixonado com a obra, pois a mitologia ainda é respeitada mesmo com os conflitos principais não tenha tanto haver com o personagem, todavia sua origem mitológica é respeitada, pegando o próprio Bedivere como exemplo cujo sua última missão foi justamente mostrado nessa singularidade, principalmente na sua cena final mostrando sua incompetência de seguir a última ordem de seu monarca, aquela que o via como um dentre todos os demais membros da Távola.

A cena icônica.

 Os demais conflitos dos demais núcleos, Babylonia exemplificou bem os demais personagens de uma singularidade e suas tramas, aqui não fica atrás nisso, foram bem trabalhados e correlacionados a narrativa do próprio Bedivere, começando com o próprio Galvão tendo seu já clássico conflito de servir ao rei até às últimas consequências, por causa disso sempre impedem de usar seu poder total, o engraçado é que apenas em Last Encore vermos o poder da Excalibur Galatine, mesmo em poucos segundos, Tristão e sua treta com os Hassans, Lancelote desconfiando sobre seu senso de cavalaria e tendo uma conversinha com a Mashu, na parte da Da Vinci eu ri demais pelos fatores inerentes aos personagens, da Modred buscando ser mais leal ao seu monarca e até o próprio rei leão que acabou sendo marionete de seu próprio dever, paralelamente levando o Agravaine a perdição mesmo ela sendo uma figura divina, correlacionado até mesmo os membros do lado do "bem" da narrativa como a ostentação típica de um Faraó como Ramsés era, da união tribistica de todos os Hassans, até mesmo a disfuncional participação da Xuanzang que no fim mostrou sua lógica, pois como falei todos seus dramas foram trabalhados de maneira coordenada para gerar uma reflexão usando seus conceitos mitológicos, seja na inversão como foi a Távola redonda, seja na semiótica como suas lendas, mas todos interagiam de acordo com suas histórias e isso enriquece ainda mais ao filme, pois como dito antes, a ótima animação casou perfeitamente com a narrativa criando um dos maiores filmes da franquia, agora é esperar ver como será a adaptação dos Lostbelts.

Conto histórico.
Bem era isso que queria falar agora resta a vocês comentarem sobre o filme, claro se você assistiu, senão me fala se este texto serviu bem para criar seu desejo para conferir da obra, se você não gostou de algo no texto comente também, mas sem xingar já que não xinguei ninguém, bem é basicamente isso que queria falar então até mais. 


Vão com Deus.

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